Sair para realizar trabalhos de campo sempre reserva grandes surpresas. Em nossa Expedição pela Serra da Bodoquena, uma das grandes dificuldades é chegar nos lugares. Não porque o acesso é difícil ou por causa da distância. A maior dificuldade aqui é encontrar informação.
Um dos meus métodos de trabalho é conversar muito com a população local, principalmente com os mais velhos. Eles são praticamente a única fonte de como chegar as cavernas e cachoeiras selvagens existentes por aqui. Não há mapas, não há guias especializados, não há sinalização e às vezes nem mesmo os fazendeiros e sitiantes conhecem seu próprio território.
Mas nenhuma ida tem sido em vão. Uma das informações que chegaram até a mim foi a existência de uma Caverna chamada Dente de Cão, considerada a segunda maior do Mato Grosso do Sul. Consultei algumas pessoas e consegui um guia que me levaria até a região, na tentativa de encontrar o local.
Para desbravar qualquer lugar é preciso acordar cedo e às 5h da manhã em já estava na estrada. Percorremos umas duas com minha companheira Toyota Bandeirante Lobo Guará terrenos que exigiram bastante do 4x4, com muitos pedregulhos até chegar ao um ponto limite onde continuaríamos a pé.
Mais uma hora e meia de caminhada, tentando encontrar o ponto exato da Dente de Cão e nenhum sinal que pudese nos levar até ela. Eu já estava ficando ansioso e nervoso em ter que perder o dia sem enontrar nada. Mas depois de muito andar finalmente encontramos uma fresta muito pequena próximo do chão, mas pra nossa surpresa não era a Dente de Cão, mas sim outra Caverna que nem mesmo o meu guia ou a população local conhecia.
Batizamos o local de Caverna do Labirinto, pela quantidade de galerias e saídas que se multiplicavam ao longo da nossa jornada em seu interior. Ao longo do caminho fui registrando tudo em fotografias de longa exposição. Um ambiente fantástico que de tão grande, não conseguimos percorrer na sua totalidade devido ao tempo de luz que ainda tínhamos para retornar em segurança.
Para fechar o dia com chave de ouro, ainda encontrei uma cena raríssima de se ver. Uma serpente dormindo em um ninho de pássaro bem próximo a entrada da Caverna.
Fico impressionado como Bodoquena tem tantos locais selvagens tão perto da cidade e como as pessoas ainda não se deram conta da riqueza existente por aqui. Cada passo que dou, descubro uma coisa nova. Os locais a serem explorados aqui parecem ser inúmeras. Estou me sentindo satisfeito e cada dia saio do campo com um gosto de quero mais.
Apoio:
A Expedição #100dias de Selva tem o apoio de Botas Snake, Diário do Aço, TV Cultura Vale do Aço e agência de turismo O Giro.
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