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O que aprendi na estrada


Bruna Rafaela (esq), Fernando Lara e Erika Campos. Foto: Divulgação

A vida é mesmo cheia de surpresas. Minha história particular mudou radicalmente nos últimos tempos. Ingressei em uma expedição terrestre de #100dias com o objetivo de registrar as belezas naturais do Pantanal, de Bonito e da Serra da Bodoquena no estado do Mato Grosso do Sul. Como se não bastasse estar em uma das regiões mais ricas em biodiversidade do Brasil, com cenários paradisíacos e águas cristalinas, ainda sou assistente do documentarista de natureza, Fernando Lara. Provavelmente o maior expedicionário do País.


Não é pra qualquer um.


O sacrifício de ficar longe de casa, dos amigos e dos momentos familiares é muito pequeno frente aos desafios que vamos encarar. Nesses primeiros dias da Expedição, posso dizer que o Brasil é mesmo um lugar surpreendente e de belezas raras. O aprendizado na estrada é constante e apesar dos obstáculos, o sabor da conquista é viciante.

Lonando equipamentos em cima do nosso Lobo Guará - Toyota Bandeirante. Foto: Fernando Lara

Também está conosco nessa jornada, a paulista Bruna Rafaela, que eu conheci na estrada – outra aluna do Fernando Lara nos Cursos de Documentação e Comportamento em Selva promovidos pela Rotas Verdes Brasil. Bruna trabalha com Cinema e eu divido com ela, além das atividades diárias, um pouco da minha ansiedade, dos medos e as alegrias de ver cada benção da natureza: seja no nascer ou pôr do sol, na performance de uma ave ou no desbravamento de um novo caminho. Todo o esforço descomunal é recompensado. A natureza nos tem dado muitos presentes.

Erika Campos e Bruna Rafaela reabastecendo o Lobo Guará

No período de greve dos caminhoneiros, fizemos reserva de combustível. Foto: Fernando Lara


Mas a mesma alegria de avistar araras e tucanos ganhando os céus é minguada pela tristeza de ver espécies espatifadas no asfalto, apodrecendo nas margens das rodovias. Apesar de conhecer essa realidade, fiquei surpresa, pois só enxerguei a gravidade da situação depois de ver a oitava ou décima vida morta. A necessidade humana de ir e vir arranca dos animais o mesmo direito. Ver espécies perdendo suas vidas para rodas, asfalto e a desatenção dos motoristas trazem a luz a importância do nosso trabalho. A mesma estrada que ceifa diariamente vidas inocentes e fragilizadas, também abre portas para que possamos mostrá-los ao mundo.


Jaguatirica vítima de atropelamento. Foto: Arquivo/Fernando Lara

Jaguatirica vítima de atropelamento. Foto: Arquivo/Fernando Lara


Preservar as áreas onde esses animais ainda são livres é a nossa obrigação. Já tiramos deles mais do que deveríamos e mais do que nós mesmos suportaríamos. A natureza pede socorro e a vida pede passagem.


Apoio


Este post tem o apoio de: Botas Snake, Diário do Aço, TV Cultura Vale do Aço e agência de viagens O Giro.


Quem sou


Erika Campos é publicitária, fotógrafa e apaixonada do trekking. Ela faz parte da primeira equipe feminina de assistentes do documentarista de natureza, Fernando Lara, em #100dias de Selva pelo Mato Grosso do Sul.


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